Não só
Vinho, mas nele o Olvido
Na taça:
serei ledo, porque a dita
É ignara.
Quem, lembrando
Ou
prevendo, sorrira?
Dos
brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos,
pensando; recolhidos
No
impalpável destino
Que não
'spera nem lembra.
Com mão
mortal elevo à mortal boca
Em frágil
taça o passageiro vinho,
Baços os
olhos feitos
Para
deixar de ver.
Fernando
Pessoa
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