Entre meus lábios e teus seios,
Não vejo um vinho tinto simplesmente,
Vejo realizados, certamente,
Os nossos mais secretos devaneios.
Não vejo em nossos cálidos enleios
Um vinho derramado tão somente,
Eu nos vejo matando loucamente
Dentro de nós indômitos anseios.
Nas mãos das almas gêmeas posso ver
Não apenas dois cálices divinos,
Mas o néctar dos nossos desatinos.
Ali não vejo um simples se querer,
Eu vejo em duas taças dois destinos,
Juntos até que toquem mortais sinos...
Luiz Alberto C. Filho
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